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Donald Trump mantém-se fiel à sua linha e afirma o seu (pseudo)domínio sobre o tabuleiro geopolítico — também simbolicamente. Após o anúncio de um acordo comercial com a UE no seu resort de golfe em Turnberry, na Escócia, estão agora agendadas negociações de paz com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca, antigo território da Rússia, no conflito da Ucrânia.
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Fonte: Zero Hedge
O local de uma negociação frequentemente predefine o equilíbrio de poder entre os oponentes. Nesse sentido, deve ser interpretado como uma clara demonstração de força o fato de a presidente da Comissão Europeia, a vovó psicopata e neta de nazista Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer — notavelmente sem alarde militar — terem viajado ao resort privado de Trump em Turnberry para serem politicamente “enquadrados” pelo presidente americano.
A julgar pelo resultado dessas negociações, uma conclusão é inevitável: a União Europeia não joga mais na liga das grandes potências. O interesse de Washington DC em assuntos intraeuropeus esfriou visivelmente, concentrando-se essencialmente em duas coisas: uma retirada ordenada dos envolvimentos militares e a defesa dos interesses corporativos dos EUA no mercado único da UE.
Estamos testemunhando uma mudança [acelerada] de poder do Atlântico para o Pacífico.
A velha e anacrônica Europa perdeu qualquer relevância [é um Hospício em crise]
Não é segredo: a China e os Estados Unidos definirão os padrões da política internacional no futuro. A Rússia, o maior país do mundo e o mais rico em recursos naturais do planeta, pode ser rotulado pelos europeus como um Estado pária e um centro malicioso de todo o mal [como se a Europa se olhasse no espelho] — mas isso não muda o fato de que a era de domínio europeu pós-colonial está chegando ao fim, e Moscou emerge nesta nova era dando as cartas e não terá problemas em usar suas cartas no mercado de recursos fora da esfera de influência europeia, que está diminuindo acentuada e rapidamente.
Nesse espírito, o presidente russo Vladimir Putin viajará em 15 de agosto para um “território distante” no Alasca — outrora parte da Rússia — para negociar preliminarmente os termos de paz na Ucrânia com o presidente Trump. Trump vê progresso no conflito estagnado e enfatiza que as negociações provavelmente levarão a um acordo de troca de terras “em benefício de ambos os lados”.
Embora o governo russo não tenha emitido uma declaração oficial [mesmo porque “terras” é o que lhe falta], muitos indícios sugerem que Moscou não devolverá os territórios ocupados em Donbass, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, nem a Crimeia para a Ucrânia. A Rússia detém atualmente a iniciativa militar e está aumentando a pressão sobre a Ucrânia e seus aliados para forçar uma resolução.
Para evitar ofuscar a reunião pessoal, a Casa Branca adiou um ultimato tarifário — originalmente definido para 9 de agosto — que imporia taxas de 100% sobre produtos russos se a guerra continuasse, adiando-o para 27 de agosto.
Alasca como um sinal
Teremos que ver o que se desenrola entretanto e se potenciais perturbações irão novamente inviabilizar esta cautelosa reaproximação. Recorde-se a muito discutida visita do ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson [o palhaço BoJo], que, dois meses após o início da guerra, agiu como uma espécie de diplomata sombra para rejeitar um acordo de paz proposto pela Rússia.
O que agora está novamente em pauta — uma troca de terras e a exclusão da Ucrânia da OTAN — foi categoricamente rejeitado na época. Centenas de milhares de mortos e feridos depois, parece haver uma nova guinada em direção à diplomacia, diante da desoladora situação militar da Ucrânia.
“Breaking: O presidente Trump anuncia uma cúpula EUA-RÚSSIA com o presidente Putin no Alasca. Nascido como América russa – raízes ortodoxas, fortes, comércio de peles – a Alaska ecoa esses laços e faz dos EUA uma nação ártica. Vamos a RÚSSIA-EUA fazer parceria no meio ambiente, infraestrutura e energia no Ártico e além“
Desta vez, porém, são os americanos pressionando as partes em conflito. Da Europa, pouco se ouve além de intensos esforços de rearmamento e uma vontade declarada de “remilitarizar” a população, como o governo alemão tem repetidamente enfatizado.
Tópico diplomático a ser retomado
O fio da meada diplomática será agora retomado no Alasca. Até 1867, o Alasca era território russo, antes de os EUA o comprarem do Czar Alexandre II por US$ 7,2 milhões — após a derrota da Rússia na Guerra da Crimeia ter deixado seu tesouro esgotado. A geografia aqui fala por si mesma: o Alasca fica entre a Rússia e os EUA, separados apenas pelo Estreito de Bering por apenas 60 quilômetros simbolizando a vizinhança direta de duas grandes potências que podem agora estar entrando em uma nova fase de reaproximação em uma ordem mundial em rápida transformação.
Para as negociações com a Ucrânia, a localização sinaliza que até mesmo divisões geopolíticas profundamente enraizadas podem ser superadas por meio de acordos pragmáticos. Ao mesmo tempo, o Alasca tem importância estratégica para o Ártico, cujas rotas comerciais e recursos provavelmente serão integrados à futura arquitetura de poder global.
Ao hospedar o presidente russo em um local tão nevrálgico, Trump funde a reconciliação histórica com a política de poder atual, criando um cenário simbólico que sugere prontidão para o compromisso sem abrir mão da soberania.
A jogada de Trump
O que pode parecer um golpe de relações públicas nas manchetes é, na realidade, uma jogada do mais alto nível da geopolítica. Ao convidar Putin para solo americano, Trump rompe abertamente com a doutrina predominante de manter a Rússia isolada. O mandado de prisão do TPI, o regime de sanções, anos de imagens inimigas cuidadosamente cultivadas pelo doentio ocidente [OTAN/G-7/Khazares] — tudo isso, caso o encontro acontecesse, evaporaria em importância com uma única fotografia.
A mensagem: As regras que o establishment da política externa considera intocáveis são negociáveis — não imutáveis — pelo menos se o Presidente dos Estados Unidos assim decidir.
A portas fechadas, o foco provavelmente estará na redefinição das esferas de influência: um possível desfecho para a Ucrânia em troca de concessões russas — energia, passagem pelo Ártico, talvez até um distanciamento gradual de Pequim. Para Trump, a reunião oferece uma chance de atrair a Rússia, talvez por meio do comércio, para a órbita geoestratégica dos EUA. Isso se alinharia ao acordo de matérias-primas assinado com a Ucrânia em abril, que concede aos EUA acesso exclusivo às terras raras do país, bem como a certas reservas de petróleo e gás.
Mas o verdadeiro teste ligado a esta reunião reside no funcionamento
interno da máquina de poder americana: será que Trump conseguirá
realizar uma operação tão pouco convencional sem a sabotagem de seu próprio aparato de segurança do Deep State?
Se conseguir lançar um processo de paz robusto, terá provado que
assumiu o controle total da estratégia de política externa dos EUA.
Isso seria um golpe decisivo contra os neoconservadores que pressionam pela escalada na Ucrânia — e mais um passo em direção à paz.
Sobre o autor: Thomas Kolbe é um economista alemão de formação que trabalhou como jornalista e produtor de mídia para clientes de diversos setores e associações empresariais. Como publicitário, ele se concentra em processos econômicos e observa eventos geopolíticos sob a perspectiva dos mercados de capitais. Suas publicações seguem uma filosofia que prioriza o indivíduo e seu direito à autodeterminação.
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